A Clínica da Escola Psicanalítica da Escuta Periphérica tem como propósito atender a comunidade com valores acessíveis (o que cada um puder pagar), dentro de uma relação que se estabelece entre analista e analisante (quem vai ser atendido).

Atendemos somente maiores de 18 anos, por fazermos uso do método online de atendimento, pelas plataformas WhatsApp, Google Meet, Zoom, ou celular (áudio), o que for possível para ambos.

Temos uma fila de espera, e entraremos em contato assim que for possível.

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O Projeto de Escuta Permanente Xica Manicongo nasce como um espaço de acolhimento gratuito e online, comprometido com uma psicanálise periphérica, insurgente e radicalmente implicada nas experiências dos sujeitos racializados, LGBTQIAPN+, periféricos e subalternizados. Escolher o nome Xica Manicongo para esse projeto é mais do que uma homenagem—é um ato político e simbólico de reinscrição da memória, da resistência e da transgressão.

Xica Manicongo foi a primeira pessoa trans negra registrada na história do Brasil, escravizada no século XVI e condenada pela Inquisição por se vestir “como mulher”. Sua história, que atravessa os dispositivos coloniais de dominação de gênero, raça e sexualidade, representa o desejo que não se dobra, a subjetividade que resiste, a existência que se impõe mesmo diante da rasura e do apagamento histórico. Escolher esse nome para o nosso projeto significa afirmar que nossa escuta não está a serviço da normatização, mas da libertação dos corpos e das subjetividades que sempre foram interditadas pelo discurso colonial-capitalista.

O Projeto Xica Manicongo é, portanto, um espaço de escuta radical, onde o sofrimento não é tratado como um problema individual descontextualizado, mas compreendido dentro das violências estruturais que o produzem. Aqui, escutar é um ato de reparação histórica, de reconhecimento e de transformação, recusando a assepsia clínica e criando um novo território de enunciação para aqueles que nunca puderam falar. Se Xica Manicongo foi silenciada pela colonialidade e não cedeu, nós a trazemos de volta como signo de um futuro onde a psicanálise não é recurso psíquico de adaptação, mas de invenção de novos modos de existir.

Os atendimentos são solicitados pelos nossos parceiros.