Oficina de Escrita Jornalista Gustavo de Lacerda

A Oficina de Escrita Jornalista Gustavo de Lacerda é uma iniciativa do Coletivo de Pesquisa Ativista em Psicanálise, Educação e Cultura que busca romper com as barreiras institucionais que afastam sujeitos periféricos, racializados e LGBTQIAPN+ do acesso à pós-graduação nas universidades públicas. Trata-se de um projeto de formação política e acadêmica gratuita, que prepara pessoas das periferias para os processos seletivos de mestrado e doutorado, garantindo não apenas que ingressem, mas que levem consigo as pautas de luta do coletivo—pautas que questionam o epistemicídio, denunciam a colonialidade do saber e reivindicam um espaço legítimo para a produção acadêmica insurgente.

A oficina não se limita a construção de projeto de pesquisa; seu compromisso é transformar a produção do conhecimento em um ato político, onde as narrativas que sempre foram silenciadas possam ocupar os espaços historicamente reservados às elites. A escrita aqui é aquilombada, é território de luta e de reivindicação da existência dos sujeitos que desafiam as fronteiras impostas pela branquitude epistêmica e institucional.

A escolha do nome Jornalista Gustavo de Lacerda para essa oficina carrega um significado profundo. Fundador da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) em 1908, o negro Lacerda teve um papel fundamental na luta pela liberdade de expressão e pelo direito à voz de jornalistas que eram marginalizados pelo poder hegemônico da época. Sua atuação foi marcada pela defesa de um jornalismo comprometido com a verdade e com a denúncia das desigualdades sociais, desafiando as estruturas que tentavam silenciar os discursos insurgentes.

Ao nomear essa oficina em sua homenagem, reivindicamos o espírito da escrita como resistência, como ferramenta de luta e como um direito que deve ser acessível a todas as pessoas, independentemente de sua origem social ou racial. Assim como Gustavo de Lacerda lutou pela democratização da informação, a Oficina de Escrita Jornalista Gustavo de Lacerda luta pela democratização do acesso à universidade pública, garantindo que os saberes periféricos e racializados não sejam apenas aceitos, mas reconhecidos como fundamentais para a construção de um novo campo acadêmico e psicanalítico.

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