Diálogos Im(possíveis)

O Diálogos (Im)possíveis é um programa transmitido no YouTube pelo canal do Coletivo de Pesquisa Ativista em Psicanálise, Educação e Cultura (CPAPEC – Coletivo) funcionando como um braço essencial. A iniciativa tem como objetivo construir um espaço de debate interdisciplinar, onde a psicanálise dialoga com outras áreas do saber, tanto dentro quanto fora de seu campo teórico tradicional. Os mediadores, Jairo Carioca de Oliveira e Ronald Lopes, conduzem conversas que atravessam fronteiras epistemológicas, questionando os limites da psicanálise e propondo novas articulações com filosofia, política, literatura, arte, história, movimentos sociais e pensamento decolonial.
A proposta do Diálogos (Im)possíveis não é apenas abrir espaço para novas discussões, mas desafiar a rigidez acadêmica e psicanalítica, possibilitando a construção de um pensamento mais aberto, situado e implicado nas questões sociais contemporâneas. As conversas transitam entre temas que a psicanálise clássica muitas vezes evita ou marginaliza, como racismo estrutural, necropolítica, colonialidade do saber, epistemicídio, resistência periférica e subjetividade negra.
Como resultado dessas reflexões, nasceu o livro “Diálogos (Im)possíveis”, que compila e expande os principais debates do programa, consolidando um pensamento psicanalítico insurgente e transdisciplinar. A obra reúne autores e perspectivas diversas, abordando temas como o impacto da escravidão na formação do sistema prisional brasileiro, as articulações entre raça, classe e gênero, e os desafios da educação em contextos de exclusão e criminalização. O livro não é apenas um registro das discussões, mas um convite para que novos leitores, pesquisadores e ativistas se engajem nesse processo de reinvenção da psicanálise a partir das margens.
Assim, o Diálogos (Im)possíveis se posiciona como um território de resistência e reconfiguração dos saberes, onde a psicanálise encontra a realidade concreta das ruas, das periferias, das prisões e dos corpos historicamente silenciados. Se certos diálogos foram considerados “impossíveis” pela tradição psicanalítica, este projeto se propõe a torná-los urgentes, inadiáveis e transformadores.