FORMAÇÃO PERMANENTE

A Escola Psicanalítica da Escuta Periphérica nasce da necessidade de uma psicanálise comprometida com a realidade dos corpos racializados, periféricos e subalternizados pelo colonialismo, pelo racismo estrutural e pela necropolítica. Entendemos que a formação em psicanálise não pode estar desvinculada das condições materiais e históricas que atravessam os sujeitos. Por isso, nosso Projeto de Formação Permanente se propõe a ser um espaço contínuo de aprendizado gratuito, pesquisa e prática clínica, onde a psicanálise não se mantém neutra diante das violências estruturais, mas se insurge como recurso de resistência e reinvenção subjetiva.

Nosso projeto se estrutura a partir de três eixos fundamentais: teoria, clínica e política, pois compreendemos que a formação do psicanalista periphérico exige um compromisso simultâneo com a escuta, a produção de conhecimento e a transformação social. Não nos interessa uma formação tradicional e asséptica, baseada apenas na repetição de conceitos europeus e na reprodução de uma prática clínica desvinculada das realidades periféricas brasileiras. Nossa proposta é de uma formação viva, rizomática e situada, que parta da experiência dos sujeitos negros, indígenas, LGBTQIAPN+ e das margens da sociedade.

A teoria é abordada a partir de um diálogo crítico com Freud, Lacan e a tradição psicanalítica, mas sempre tensionada pelos saberes periféricos em contextos brasileiros, pelo pensamento contra colonial e pela contribuição de intelectuais negrxs e indígenxs. Revisamos conceitos clássicos à luz das experiências periféricas, questionando os limites da psicanálise tradicional para acolher os efeitos do racismo, da colonialidade e das opressões estruturais.

A clínica é atravessada pela prática da escuta periphérica, que se diferencia da escuta bancária e adestrada ao legitimar as experiências negras e periféricas como centrais na produção de subjetividade. Nosso trabalho clínico não busca adaptar o sujeito à normatividade, mas criar novos dispositivos de resistência e elaboração do sofrimento que não reproduzam a lógica colonial-capitalista.

Por fim, a política está presente em todas as dimensões da formação. Aqui, não entendemos a psicanálise como um campo neutro, mas como um espaço de luta contra os mecanismos de exclusão e apagamento. A formação do psicanalista periphérico exige um compromisso ativo com a deserção simbólica, a construção de novas formas de subjetivação e a criação de uma psicanálise periférica e insurgente.

COMO EU PARTICIPO DA ESCOLA?

O mais importante é que você navegue neste website, leia os textos, conheça os conceitos e analise a sua contribuição para com a Escola. Aqui aprendemos todos os dias uns com os outros que a Escuta Periphérica é a melhor forma de se fazer presente como psicanalista nas fragilidades e estranhamentos que nos deparamos no mundo. Nosso foco é fazer uma psicanálise à brasileira. Se este for o seu desejo preencha o formulário clicando no botão a seguir que entraremos em contato assim que for possível.

PERGUNTAS FREQUENTES

  • Para fazer parte do coletivo eu preciso pagar alguma valor? Não, é gratuito.
  • Vocês tem um Dispositivo de Escuta Clínica? Sim, temos o DIspositivo de Escuta Xica Manicongo que atende de forma gratuita e com psicanalistas voluntários, membros da Escola Psicanalítica da Escuta Periphérica.
  • Vocês tem formação continuada em Psicanálise? Sim, temos uma série de aulas que já aconteceram e estão gravadas. Além disto temos Seminários ao vivo para que possam continuar os seus estudos.
  • Vocês tem supervisão? Sim, os psicanalistas que atendem em nosso Dispositivo de Escuta Xica Manicongo fazem supervisão gratuita.
  • Qual o diferencial de vocês de outras Escolas/Sociedades de psicanálise? Trabalhamos com a Psicanálise de Freud à Lacan, e incluímos o conceito criado por Jairo Carioca e Ronald Lopes chamado de Escuta Periphérica.
  • O que é Escuta Periphérica? Uma escuta psicanalítica que rompe com a neutralidade e a assepsia da clínica tradicional, reconhecendo que a subjetividade periférica é atravessada por estruturas de opressão, principalmente, racial, de classe e de gênero. A escuta periphérica não apenas acolhe essas experiências, mas legitima suas narrativas, questionando a lógica eurocêntrica da psicanálise tradicional. Leia mais na página do menu CONCEITOS.