Psicanálise, gênero, sociedade e cultura são temas muito amplos e complexos, que envolvem diferentes perspectivas teóricas e práticas. A psicanálise se interessa pelas relações de gênero, que são as formas como as pessoas se identificam e se relacionam com base em suas diferenças sexuais e culturais. Busca compreender como as vivências dessas relações repercutem nos processos de subjetivação, ou seja, na construção da identidade e da personalidade de cada um. É uma forma de ver a mente humana, de reformular a prática clínica e de interpretar a cultura, a sociedade e a moral.

Tudo se inicia com O COLETIVO DE PESQUISA ATIVISTA EM PSICANÁLISE, EDUCAÇÃO E CULTURA, que nasce de uma noite de insônia em conversa entre eu (Jairo Carioca) com o querido mais que amigo e irmão Ronald Lopes onde JUNTOS discutimos nossas inquietações com uma psicanálise no Brasil ensurdecida com o RACISMO, com o FASCISMO e as Violências praticadas pelo Patriarcado (Branco, cis-hétero e Burguês) aos corpos femininos.

Muitas vezes ouvimos em Escolas Psicanalíticas as mais diversas que esses temas não eram compatíveis com a Psicanálise e outras vezes ouvíamos de alguns psicanalistas que a Psicanálise ouvia um a um na sua singularidade, sendo esses mesmos psicanalistas BRANCOS, pequeno burgueses, Moradores de Zona Sul, e que nunca receberam em seus consultórios corpos pretos em extrema Vulnerabilidade social, população de rua, travestis e profissionais do sexo e outros corpos às margens…

Então pensamos o COLETIVO e adicionamos o significante ATIVISTA na proposta Lacaniana de que todo PREDICATIVO é uma INJÚRIA ao sujeito.

Para estar no coletivo tem que sustentar o mal estar de se falar sobre o Racismo sem rodeios, de se debater os fascismos diários e sutis e de criarmos estratégias contra o patriarcado que se sofistica pela via do capitalismo todos os dias.

Dois anos, e estamos avançando, pois outros corpos vieram se somar as fileiras de combate e de luta.

Hoje SOMOS +140 participantes no COLETIVO. Hoje temos um DISPOSITIVO DE ESCUTA PERIPHÉRICA, uma OFICINA DE ESCRITA, gente preta entrando nas UNIVERSIDADES para pesquisas étnico raciais e de gênero, outros psicanalistas se somaram e agora recebemos um reforço, o querido Hudson A. R. Bonomo que se torna o mais novo coordenador e juntos estamos preparando já a VI Jornada Psicanalitica que tem como proposta pensar Políticas Afirmativas na Psicanalitica e já estamos convidando TODOS os coletivos de psicanálise do Brasil para estarem conosco narrando suas trajetórias.

Queremos uma psicanálise que nos represente, POR UMA PSICANÁLISE À BRASILEIRA chega de europeus darem pitaco, está na hora das veias abertas da Améfrica Ladina se fechar!